O caminho é longo e árduo.
Não consigo ver o fim.
Caminho descalço nessas pedras.
Caminho lentamente.
Sinto a tentação me abraçar.
Sinto o meu peito se sobrecarregar.
E a minha cabeça explodir como em um tiro de espingarda.
O clima é frio e cinzento.
A foice esmiúça a carne, assim como nossas palavras.
Você consegue ouvir esse gutural rasgando a garganta?
O tempo confirmou sua incapacidade em se relacionar.
Ações diabólicas, incertezas vorazes.
O aleatório parece ser irreal.
Cheguei tão próximo da perfeição, por que não posso tocá-la?
Nunca fale durante o calor do momento, já dizia um velho homem.
Só posso me desculpar com tudo e todos.
Estamos a poucos passos da destruição.
Como você se sente, sendo o anticristo?
Sete movimentos à frente.
Corte no pescoço e sabor de desespero encrustado nas papilas gustativas.
Nossos pensamentos superficiais nos fizeram fracos.
Queda acelerada em direção ao vazio.
Afogando no mar de ignorância, sem ninguém pra nos salvar.
No final você se contenta com a sua ilusão ridícula.
Mascara a sua tristeza e medo.
Dois passos para frente, seja bem-vindo(a) ao clube.
Ao clube dos que colecionam cicatrizes.
Não adianta mais correr, a dor continua amarrada em mim.
Toda a paciência desceu pelo ralo, ninguém mais se importa.
O Universo não tem mais espaço para sentimentos.
O Universo não tem mais espaço para os seres humanos.
