segunda-feira, 30 de março de 2020

30/03/2020

Estou trêmulo.
Estou quente.
Estou com medo.
Cara, eu estou tão cansado de estar vivo.
Pelo menos morto, toda essa porcaria não vai mais me incomodar.
Como posso suportar?
Chorando escondido.
Caminhando sozinho.
Envolto nas trevas.
Não tenho vontade de lutar.
Gostaria de ser forte.
De não me importar.
A ansiedade não me deixa enxergar.
Ah, que se foda essa merda.

sexta-feira, 20 de março de 2020

20/03/2020

Photo by Aleksandr Ledogorov on Unsplash
Olhei pela janela.
E lá no final do horizonte.
No meio dos altos prédios.
Eu vi o sol se pôr.
Enquanto essa música triste me arrastava.
Estou cansado dessas crises.
Estou cansado de reclamar.
Estou cansado de estar cansado.
O mundo caindo ao meu redor.
E eu ansiando pelo fim.
Possuído pelo desânimo.
Tentando pela milésima vez.
Um caso sem solução.
Olhos tristes.
Olhos malignos.
Mentiras e ilusões.
Será que algum dia isso vai valer alguma coisa?
Vinte anos atrás.
Vinte anos no futuro.
Metáforas e exageros.
Decida seu lado.
Será que eu tenho motivos?
Abstração.
Não preciso explicar.
Parecia muito.
Ou será que é muito?
Bloqueio mental.
Preciso de um milagre.
Fascinado pelos jogos das trevas.
Pelo amor de qualquer droga!
Estou enjoado da realidade.
Incompreensível.
Parece que nada é suficiente.
Tudo é muito chato.
Interpretação.
Quebrando o ciclo.
Esmiuçando o meu bom senso.
Êxtase mental.
Esse é o meu argumento.
Análise e possibilidades.
Tudo isso é uma merda.
Eu odeio toda essa porra.
Visões rápidas.
Queda acelerada.
Fim do pacote "vida".
Segredos e fingimentos.
Até quando?

domingo, 15 de março de 2020

A Matéria Mais Diversificada do Universo

Fonte da Imagem (Clique Aqui)
Não sei mais o que pensar.
Tudo dentro de mim está dividido.
Há uma guerra em mim.
Estou em um estado de abstração da realidade.
A minha mentira se tornou verdade.
Não encontro a saída.
Todos os caminhos me levam para a morte.
Esse berro gutural está cantando a droga da minha vida.
Será que eu pedi por isso?
O que você pode me garantir?
Mas nunca é suficiente. Nunca.
Como eu poderia saber?
Mas olhei pela janela.
E vi o meu corpo caindo do espaço.
A minha alma sendo arrancada bruscamente do meu corpo.
A Terra sendo varrida pela inércia.
Nós estamos isentos da obrigação.
Corte profundo.
Sangue jorrando fartamente.
Tudo gira, os átomos decaem.
O céu nunca fica claro novamente.
Uma parte de você se torna um objeto.
E depois flutua sem rumo.
Se senta em uma cadeira.
Aprende, faz, morre.
Eu só sinto raiva.
Eu não sinto nada.
Mas o que eu posso fazer quando estou cego e apaixonando pelo corruptível?
Arrependimento tendendo ao infinito.
Não estou livre dos medos.
Toda essa desgraça ao meu redor só alimenta os meus desejos obscuros.
Me faça sentir frio.
Me faça tremer.
Solte a minha mão.
Me deixe cair no esquecimento.
É só o que eu peço.