Percepção

Arrependimento profundo.

Remorso diário.

Errei mais uma vez.

Te decepcionei.

É tão difícil.

É tão impulsivo.

Sinto mais uma vez o efeito devastador.

Causado por este vazio dentro de mim.

Dor profunda e agonia. 

Em qualquer lugar. 

E em qualquer hora.

Eu nunca me vejo livre disto.

Tentativa de suicídio.

Vontade constante de chorar. 

Sinto um calor interno, misturado com um medo intenso.

Nem um centímetro sequer está livre. 

Deste cheiro mórbido.

27/03/2019

Deixo o medo me dominar.

Estou apavorado, cada centímetro do meu corpo está tremendo.

Ansiedade pura vazando para fora.

O celular toca e acelera ainda mais as batidas do meu coração.
Eu quero chorar, eu quero morrer porra.
Um grito de agonia preso na garganta.
O desânimo vem, o sangue escorre pelos meus braços.
O que era pra ser simples, se torna tão complexo.

Olho para a realidade.

Todas as possibilidades diante de mim.

Analiso cada uma, e sou agarrado para dentro da minha própria paranoia.

Penso, me arrependo.

Nada funciona, tudo se reduz a nada.
Eu sei que você viu, mas eu não sei o que você viu.
O tempo correndo para trás.
Arrastando para junto de si o relato devastador.

Domingo à Noite

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Sinto o ar gelado da noite de domingo.
Estou caminhando pela rua.
Uma escuridão com várias janelas acessas.
Ouço os latidos desvanecidos dos cachorros.
E os carros lá longe.

O gosto amargo do café na boca somado à minha sonolência.

O som das batidas do meu coração parece estar tão alto.

Estou me afogando neste oceano de pensamentos.

Sinto o meu peito se contrair.

A respiração se torna um desafio.

Minhas mãos tremem.

Meu coração é um baú cheio de mágoas.

O fracasso me assombra dia e noite.

A dúvida enterrada na minha mente.
As letras tremidas escritas de sangue.
Formam um texto tão sombrio quanto o berro da minha alma.
A luz entra pelo ralo, e deixa o ambiente à mercê da depressão.
Eu me lembro daquele tempo, mas ele não volta mais.

Debruçado na varanda eu observo a noite tão deprimente e sombria.

Tanto quanto o acaso poderia ter feito.

Estrela Mórbida

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No meio da escuridão.
A baixa temperatura congela o meu sangue.

Eterna desolação.

Tribulação e caos.

Tenho um déjà vu.

Caio de joelhos, levo as mãos à cabeça.

O meu nariz sangra, a minha cabeça dói.

Gosto de metal na boca.

O cenário está girando.

Acho que agora tudo faz sentido.

Tudo está mais claro.

Eu me lembro; foi aqui que eu morri.

Mudanças Externas

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E mais uma vez tudo está diferente.

O vento vem do norte e varre tudo, limpa tudo.

Recentemente eu ingressei na faculdade.

Isso é um motivo de comemoração, mas não por muito tempo, já que são 4 longos anos de muito estudo e esforço.

Recebi uma ligação no meu celular há poucos minutos; era uma colaboradora do RH de uma empresa dizendo que eu tinha passado na entrevista.

Uhul.

Trabalhar e estudar.

Ocupar a mente, aprender coisas novas, conhecer pessoas diferentes.
Fingir um sorriso, ser quem eu não sou, fazer o que eu não quero.
Eu estou fisicamente mais adulto, mentalmente eu continuo uma criança.
E o interior está deprimido, está sem cor.
A flecha do tempo avança sem parar, os dias são rápidos e vazios.
Mas eu vou tentar ter ânimo, vou tentar dar o meu melhor.
Só não sei até quando isso vai durar.

Decadência Diária

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O tempo sempre é contrário.

Acordei com o brilho do Sol da tarde no meu rosto.

Acordei sentindo um aperto no peito.

Mais um dia, mais uma vez o sabor amargo do fracasso.

Me olho no espelho, mas o que eu vejo não é agradável.

Ignoro as pessoas, não estou com vontade de conversar com ninguém.

Sozinho dentro desta bolha escura e fria.

Eu estou bem!

Posso sentir a lâmina rasgando minha pele.

Cansado de tudo.

O que será que existe após a morte?

Nada? Mais sofrimento? Algum tipo de deus?

Com os olhos fixos no teto eu posso ouvir o último lamento da floresta morta.

Céu Roxo

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Através da janela eu posso ver o céu.
O céu está roxo.
A baixa temperatura faz os meus músculos tremerem.
Estou jogado há várias e várias horas na minha cama.
Resolvi tirar uma folga da minha vida.
Deixei as minhas responsabilidades de lado; mas elas não me deixaram.
Os meus problemas são fiéis a mim.

A minha dor nunca passa.

O meu desânimo é constante.

Respiro fundo.

Cada segundo é equivalente a mil anos.

O som do relógio me tortura.

Preto, branco e roxo.

Cansado, desanimado e com pena de mim mesmo.

Na teoria tudo parece tão fácil...

Já aceitei o meu fracasso.

Já assinei o meu atestado de óbito.

Estou caminhando pela escuridão guiado unicamente pelos meus impulsos.

Não consigo enxergar a luz no fim do túnel.

O medo cresce descontroladamente dentro de mim.

As pessoas olham atentamente para mim; mas elas nunca verão o meu espírito triste e perdido.