quinta-feira, 27 de junho de 2019

27/06/2019

Créditos da imagem: https://unsplash.com/photos/ya47FqwW3eU.
Antigamente eu discordaria e debateria com alguém que me chamasse de burro, idiota, esquecido, distraído etc.
Mas hoje em dia, eu parei de debater, eu simplesmente comecei a aceitar que eu sou cada uma dessas coisas (e muito mais), eu sou uma pessoa terrível.
Eu tenho incrustado na minha pele, todos os defeitos que você consegue imaginar.
E quando alguém aponta o dedo para mim e cita o que nós consideramos como fraqueza, eu simplesmente concordo.
Há um peso amarrado nas minhas costas, e ele se chama corrupção.
E eu vou negar; mas até que ponto?
Eu parei de lutar, eu parei de opinar, eu parei de discutir, eu parei de argumentar, eu parei.
Já desisti de resistir as tentações, de erguer as suas bandeiras sujas de sangue.
Eu estou rastejando pelo chão, eu estou chorando.
Já faz tempo que eu cansei, já faz tempo que eu morri por dentro.
Estar morto por dentro fragiliza a sua carne.
E quando o vento sopra, a sua carne se desfaz, o pó voa pelo céu cinzento.
Eu não sou a mesma pessoa de ontem, e amanhã eu não serei o mesmo de hoje.
Eu fico boquiaberto quando eu olho para trás.
Nossa, como eu mudei tanto em tão pouco tempo!
No fundo eu ainda me importo.
E eu ainda sou uma criança cheia de medos.
Mãos trêmulas e pernas inquietas não negam a minha ansiedade.
Eu não sei o que esperar do futuro, ou será que eu deveria esperar por alguma coisa?
E por mais que eu faça, eu sempre posso fazer mais.
Viver se tornou um fardo muito pesado.
E todo o dia que eu acordo eu faço uma escolha, a escolha de viver.
Sou uma casca vazia com pensamentos reverberando.
Sim, eu sei, há pessoas em situações muito piores do que a minha.
Mas eu continuo sendo incolor.
Eu continuo sendo um grande esdrúxulo.
E no final, só me resta o esquecimento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário