quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

03/01/2019

Canalizo uma grande ansiedade de forma errada e em um lugar errado.
Sinto o meu coração ser esmiuçado sem piedade com as próprias mãos.
Observo sem nenhuma reação as trevas tomarem o meu corpo.
Sou empurrado com violência para baixo e mergulho profundamente neste oceano de tristeza e dor.
Morto por dentro eu caminho sem rumo na esperança de superar esta fraqueza.
Cabelos longos e lisos jogados ao vento, ouço os ecos da afronta.
O cheiro podre da determinação sobe até as minhas narinas e me deixa enjoado.
Os músculos paralisados, as imagens do passado por todo o meu campo de visão, a inspiração surgindo da fonte mais banal.
Cercado por olhares eu sou consumido pelos meus pecados.
A balança tão desigual, a noite tão assassina.
Olho para trás e observo todas as vezes que eu fui patético e falho.
Analiso meu difícil objetivo e derramo sangue para cumpri-lo.
Não há determinação, não há motivação.
Andando na direção contraria do vento eu foco no realismo.
O tempo destrói tudo, e com certeza também revela tudo.
Lutando para reverter a situação; não consigo respirar.
Tentando prever o imprevisível eu finalmente consigo justificar o injustificável.  

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